biografia

Mandu Ladino

Autor(es): Gleydson de Castro Oliveira
Biografado: Mandu Ladino
Nascimento: Séc. XVIII
Morte: Séc.XVIII
Povo indígena: Aranhí
Estado: Piauí
Categorias:Etnias, Aranhí, Biografia, Estado, Piauí
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Revolta de Mandu Ladino

Foi uma revolta em que o indígena Mandu Ladino e vários povos indígena tupis da então capitania do Piauí opôs aos fazendeiros portugueses, tendo se estendido de 1712 a 1719.

Mandu Ladino nasceu em São Miguel do Tapuio (Altos – PI). Era um indígena Aranhí que havia ficado órfão de pai e mãe aos 12 anos de idade, e que fora recolhido ao aldeamento Kariri do Boqueirão, a 70 léguas de Recife, para estudar e ser cristianizado pelos religiosos da Ordem dos Capuchinhos, logo fora batizado. Sem esconder o ódio, o seu sentimento se tornaria ainda maior quando presenciaria os mestres que o educavam queimarem os ídolos, vestimentas e outros objetos de adoração de seu povo. Após isso, fugiu do aldeamento e uniu-se a vários indígenas Kariri que buscavam o vale do Longá, no Piauí (SANTOS, 2017).

O conflito iniciou-se pelo assassinato do fazendeiro Antônio da Cunha Souto, pelos indígenas, revoltados com a crueldade dele no acampamento que tinha no Parnaíba. Um “divertimento bárbaro” ideado por Cunha Souto e seu irmão era libertar os prisioneiros indígenas Anapuru um por um, alcança-los a cavalo e decapitá-los com facões (BETHELL, 1999, p. 463). Uma revolta de seus prisioneiros, em 1712 matou Cunha Souto e seus soldados portugueses, e depois espalhou-se rapidamente, tornando-se a “mais séria e mais difundida de todas as rebeliões indígenas” (BETHELL, 1999). A insurreição foi chefiada por Mandu Ladino e durante sete anos ela foi ganhando proporções maiores, estendendo-se pelo sertão do Maranhão, do Piauí e alcançando o do Ceará. Muitos portugueses morreram e muitas fazendas foram arrasadas nessas regiões.

O movimento extingue-se com a morte por ferimento seguido de afogamento, nas águas do rio Parnaíba, do seu líder. Mandu Ladino é muito respeitado até hoje e presente nas memórias de alguns povos indígenas como um espírito libertador, guerreiro e desbravador.

 

Referências

BETHELL, Leslie. História da América Latina, vol 2, São Paulo, EDUSP, 1999.

SANTOS, Reinaldo dos. Os sertaníadas de 1500 a 1900: 500 anos de hipocrisia na história do brasil. Vol. 1, Porto Alegre: Revolução eBooks, 2017.

 

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