biografia

O Jawý

Autor(es): Amarildo Jonhkrin Canela
Biografado: O Jawý
Povo indígena: Memõrtumre-kanela
Categorias:Biografia, Etnias, Kanela
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Os contos de povo Memõrtumre-kanela: história de Jawý [1]

Amarildo Jonhkrin Canela[2]

O Jawý foi assim. Estava com seu grupo em uma corrida de tora na aldeia pela tarde. Depois da competição, o Jawý saiu do pátio para casa muito cansado. Ao entrar em casa teve o desmaio, pisou na chama de jabota e queimou o pé. Logo ele ficou deitado chorando muito na casa de sua família.

O Jawý, não anda e nem come alimentação inadequada de vários meses ficava somente acamado na casa da família  e ele já ficou lindo, tem cabelos compridos e extremamente higiênicos. Por isso, que o pai dele não queria que ninguém o visse. Mas não sabia que a alma indígena está  interessada em vê-lo e não sabia de que esse paciente era do seu próprio povo.

Certo dia a família de Jawý foi pra roça, deixando Jawý  e o pai na aldeia, porque já estava no tempo certo de colher as batatas na roça.

Todo dia o pai do Jawý saía para a roça perto da aldeia, mas voltava ao meio dia com as batas cozidas para alimentar seu filho e ficava ali na porta de casa, evitando pessoas entrarem. Por isso que, quando a esposa de Jawý vinha visitar, trazendo alimentação na cuia, o pai dele se encontrava no meio do caminho ao pátio o que aconteceu com seu esposo, pois ele ainda esta doente, preciso que ele melhore rápido. E o pai de Jawý recebe essa alimentação e entrega a cuia a sua nora e manda –a ir embora. Sempre fazia isso todo dia, não deixava ela conversar com seu filho Jawý.

Dia seguinte, a velha alma chegou ao doente Jawý, querendo saber seu nome, mas ela mesmo falou nome de Cahtywrit = esteira desgastada. Depois, ela entendeu o nome de Jawý e se foi como um “beija- flor”. Um instante trouxe rama folha verde para curar o ferimento. Após da medicação, o Jawý foi convidado para um encontro fora da aldeia e se foram como pássaros pombinha. Estava um rapza de voz alta, dizendo que ali do casarão tinham dois pombinhos voando, mas ninguém acreditava esse recado.

Embora, Jawý estivesse melhor, voltou depositado á espera de seu pai da roça. Ao meio dia, mesmo que nenhuma pessoa com Jawý, o pai dele aproximasse da casa, recusava pessoa que não havia permitido ficar com seu filho, mas arrependia do que falava. Oferecia alimentação para o Jawý e ficava ali na porta, dessa vez, sem resposta de rastro de pombinha que achou no chão.

No outro dia, o Jawý caminhou para o brejo, estava indo para o encontro marcado, encontrou muitas almas de seu povo de todo jeito. Nessa ocasião, as almas fizeramcom Jawý receber os seus poderes de ser chefe de pajelança e a descoberta de que sua mulher já estava namorando, e até curou outra alma que vivia com problema de coluna. Depois, entregaram todas as caças, mas só recebeu um dos grupos que caçaram, um papagaio, uma cutia e um rato. Todos ficaram chorando no local pela saída, mas de longe parece ser iema cantando no cerrado. Ele andou um pouco, encontrou os sapos que também deu miçanga e buriti, mas só recebeu o buriti e voltou para sua casa. E contou tudo para o pai dele, que essas caças foram recebidas por um grupo que ficaram comendo na roça da família.

Meia noite uma onça grávida também fez a visita e caçou um mateiro na floresta para a família Jawý. No outro dia, o pai de Jawý  levou pedaços para sua família que estava na roça. Levando mensagens de Jawy que queria peixe. Mas seu cunhado não queria pescar e foi caçar no brejo as duas pacas. Nesse momento, esse cunhado comeu fígado de pacas com a mão suja de sague e começou a sentir mal e foi levado para morrer na aldeia. No mesmo dia a esposa de Jawý também estava com seu namorado na floresta e foram atingidos por um formigamento no pênis e no útero da mulher. Mas essa formiga era o Jawý, castigando os dois para mostrar suas experiências de pajelança.

As três vítimas na aflição de uma noite, o Jawý mandou fazer fogueira de iluminar para tirar a paca que está com seu cunhado. Todos viram o Jawý, que agora é o curandeiro do povo, e logo foi chamado para curar sua mulher e o namorado que estavam chorando com muita dor.Ele curou o homem e depois a sua mulher e ficou com ela, mas ela discutiu, por isso que oJawý pegou o talo de Buriti e jogou na barriga da mulher que a criança caiu facilmente.

Então , o jawý  deixou sua esposa e foi se aventurar no mundo, transformando – se em todas as espécies, conheceu o perigo de seis elementos no local: o buraco do furacão; vulcão assassino; buriti fogueira; brejo pilador e teia alimentar de aranha.

Dia seguinte, o sábiode outra etnia veio competir com Jawý para voar, mas foi derrotado, somente o Jawý conseguia voar e trouxe adereços de outra etnia. Assim que ouvia, quando deitava com minha avó no começo das noites.


Notas

[1] Atividade desenvolvida na disciplina Relações Interetnicas da Licenciatura Intercultural Indígena

[2] Cursista da Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena

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