biografia
PEDRO INÁCIO PINHEIRO (Ngematücü)
Autor(es): Brodolone Pedro Inácio Pinheiro , Néia Inácio Ramires , Leonardo Jeronimo Firmino
Biografado: Pedro Inácio Pinheiro Ngematücü
Nascimento: 1944
Morte: 2018
Povo indígena: Tikuna
Estado: Amazonas
Categorias:Estado, Amazonas, Biografia, Etnias, Tikuna
Tags:Amazonas, Masculino, Tikuna
Pedro Inácio Pinheiro “Ngematücü” nasceu em 12 de fevereiro de 1944, no igarapé na cabeceira do “Tunetü”, Évare I, “Igarapé da derrubada” São Jerônimo que pertence ao município de Tabatinga (AM). Pedro Inácio viveu longe do pai. Além disso, ficou órfão muito cedo, a mãe dele morreu quando ele tinha 5 anos de idade. Com oito anos de idade, sai do igarapé Tumetü e se muda para Vendaval, onde havia uma fazenda do senhor Mafra onde trabalhou por muitos anos e onde presenciou a escravização do seu povo Tikuna e onde começou a luta em busca da liberdade do povo Tikuna ou Magüta.
Entre os 17 e 18 anos, Pedro Inácio decidiu retornar à sua comunidade onde conheceu a senhora Gracila Tumetü com quem veio a casar algum tempo depois. Já casado, passou a trabalhar em Letícia, Colômbia, por cinco anos. Em 1972, foi eleito cacique da sua comunidade em Vendaval. Ele morreu no dia 25 de julho de 2018, deixando os seus filhos e filhas – Nele Pedro Inácio, Carmem Pedro Inácio e Carmelita Pedro Inácio, Fátima Pedro Inácio, Yane Pedro Inácio e Brodolone Pedro Inácio.
Pedro Inácio foi um grande líder Tikuna. Foi fundamental na união do povo indígena Tikuna na luta pela demarcação e garantias das terras. E não mediu esforços para que isso acontecesse. Ele estava disposto a fazer a autodemarcação e a expulsar todos os funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) se a demarcação não saísse. Foi também o esteio do movimento indígena na região por sua firmeza e sua coerência na defesa dos direitos fundamentais desse povo. Tentaram cooptá-lo diversas vezes. Chegaram a oferecer cargo na Funai, mas, ele se manteve firme na defesa dos Tikuna.
Pedro Inácio Pinheiro liderava o povo Tikuna, a maior população indígena do país, sendo o cacique mais importante e representante. Esse reconhecimento advinha tanto da sua trajetória política no movimento indígena desde os anos 70 quanto por suas habilidades como desenhista e entoador dos cânticos tradicionais da língua Tikuna. Pedro Inácio sempre pregava a união do seu povo e o fortalecimento de sua luta e resistência. Ele dizia – “Eu morro por ele, por este meu povo, por isso eu morro por ela, esta terra, todas as coisas que acontecerem. Por ela, eu morro.”
Pedro Inácio contribuiu com a educação que os povos Tikuna tem hoje, a sua saúde em cada aldeia, sua terra livre para fazer as roças, livre para viver como qualquer outro povo. Ele deixou muitas histórias que hoje o seu povo continua praticando. A cultura que nunca esqueceram, sua língua materna, as suas tradições que jamais serão esquecidas.
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