biografia
Pau Seco
Autor(es): Geraldo Gustavo de Almeida
Biografado: Pau Seco
Morte: 1614
Povo indígena: Potiguara/ Tabajara
Terra indígena: Aldeia Jococa, no atual município do Conde
Estado: Paraíba/ Maranhão
Categorias:Biografia, Estado, Maranhão, Estado, Paraíba, Etnias, Potiguara, Etnias, Tabajara
Tags:Maranhão, Masculino, Paraíba, Potiguara, Tabajara
Famoso Cacique Potiguara, irmão de Zorobabé. Já em 1567 mantinha relações comerciais com Jacques Riffaut. Em 1594 aconselhou o estrangeiro a se estabelecer no Brasil, com promessas de novas descobertas a que ele se propunha a acompanhar e ajudar. Era vaidoso e impunha respeito. Durante um dialogo com o padre Francisco Pinto, em 1559, de uma verdadeira lição de honestidade quanto à palavra empenhada, já que nisto os portugueses claudicavam bastante. Eis um pequeno trecho referido pelo padre: Chegando à aldeia, entrei pregando pelo terreiro, como é de costume. Estava este principal em pé, ouvindo-me. E tanto que acabei, entramos para a pousada onde tinha redes armadas para nos assentarmos, como fizemos. Estava este índio a seu modo, muito grave e fantástico, empenado pelo corpo com penas vermelhas na cabeça e braços com penas azuis, uma pedra verde muito formosa no beiço, nas orelhas uns pendentes de contas brancas com seus remates a modo de campanhinha. E como era gentil-homem, tudo lhe estava bem. Estava assentado em uma rede, e defronte de si tinha mandado armar outras para mim, porque assim é costume falarem, um defronte o outro, o que vão praticar. Esteve assim um pedaço e deixou primeiro falar os outros a dar-nos as boas vindas. E no cabo no-las deu com muita gravidade e eu a ele o mesmo. Começamos a prática da qual ficou muito satisfeito; e, ainda que com receio, se determinou a ir conosco a ver-se com o capitão, o qual lhe fez muito agasalho e lhe ofereceu pazes, o que ele ouviu muito bem e, acerca deste particular, respondeu que folgaria de as fazer. E que era bom todos sermos bons amigos, pois todos gozamos de um sol, de uma lua e de um dia; disse mais ao capitão que se confiasse na sua palavra, que não tinha mais de uma, sem lhe ficar outra dentro, escondida. De mim não tendes que vos recear que torna atrás do que digo, mas eu de vós sim, me posso recear que falteis; mas, quanto a mim, basta estar sentado diante de vós para não haver de tornar atrás no que ficamos. Já botei de parte a minha espada irada, já abrandei meus braços, já deixei minha rodela, não quero senão amizade. Pau seco foi exímio cavaleiro, um verdadeiro centauro. Representou Zorobabé na solenidade de paz com os tabajaras e portugueses, em 1599. Foi morto por Milho Verde, que antes havia matado seu sobrinho Arabitá. Houve outro pau seco, principal da aldeia Jococa, no atual município do Conde, Paraíba. Este era da nação tabajara e acompanhou Jeronimo de Albuquerque ao Maranhão, em 1614, ao lado de Mandiocapuba, Batatã e Pindauna.