biografia
Santo Cruz Mariano Clemente Ticuna
Autor(es): Salomão Inácio Clemente , Santos Inácio Clemente
Biografado: Santo Cruz Mariano Clemente
Nascimento: 1960
Povo indígena: Ticuna
Terra indígena: Aldeia Lauro Sodré
Estado: Amazonas
Categorias:Estado, Amazonas, Biografia, Etnias, Tikuna
Tags:Amazonas, Masculino, Tikuna
Salomão Inácio Clemente[1]
Santos Inácio Clemente[2]
Fonte: Foto do Sr. Santo Cruz Mariano Clemente, tirado pelo Salomão Inácio Clemente, no primeiro evento do Museu Magüta, no dia 18 de abril de 2019
Santo Cruz Mariano Clemente nasceu no dia 03 de janeiro de 1960, na aldeia Lauro Sodré, pertencente ao Município de Benjamin Constant/AM. Santo Cruz é da etnia indígena Ticuna. É músico e poeta. Filho do Sr. Leonílio Clemente e de Robertina Mariano Manoel, ambos também são Ticuna. O seu nome na língua Ticuna é Pu’cüracü do clã de mutum, que significa o rabo branco do mutum.
No ano 1979 fez o primeiro curso de nivelamento para ingressar no curso de capacitação de professores da zona rural. O curso tinha duração de dois meses e foi oferecido pelo projeto Rondon da universidade Católica do Rio Grande do Sul. Ao concluir o curso de capacitação, em 1980, ingressou na área de educação como professor. Neste mesmo tempo foi secretário do seu pai na reivindicação na luta para conseguir o direito sobre a Terra. Em 1982 entrou no movimento Indígena junto com os professores Ticuna e os Capitães das Aldeias Ticuna. Acompanhou todas as reuniões feitas pelo movimento dos Capitães na época da sua constituição.
Acompanhou na formação da OGPTB (Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngues), acompanhou na formação da CGTT (Conselho Geral da Tribo Ticuna). Esses movimentos tinham um papel muito importante nas conquistas da Educação, da Demarcação de Terra e da Saúde Indígena. Trabalhou na Educação durante 38 anos sempre defendendo os direitos Indígenas como todo, na preservação da cultura, do meio ambiente e na luta contra a discriminação. Para ter a garantia da Terra, brigou durante 33 anos junto com seu pai contra os fazendeiros que eram muito fortes.
Em 28 de março de 1988 foi vítima do massacre do Capacete praticado pelos posseiros e comandado pelo madeireiro Oscar Castelo Branco.
Em 2000 a 2001 foi presidente da OGPTB, e durante o movimento da organização, concluiu o curso de Magistério Indígena. Em 2006 fez a graduação na área de Ciências Humana em Antropologia, Sociologia e Filosofia. Em 2010, concluiu, fez sua colação de grau e recebeu seu diploma. Entre 2015 e 2016 assumiu o cargo de Coordenador Técnico Local/CTL/BC.
Atualmente é funcionário público Federal na FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Em 14 de abril de 2018 assumiu o cargo de Diretor do Museu Magüta até os dias atuais. O seu objetivo no Museu é defender a Memória do Povo Ticuna, a cultura, a tradição, cuidar do patrimônio, defender os direitos Indígenas, fortalecer o movimento Indígena, valorizar o trabalho dos artesãos na economia familiar, criar uma política pública juntos ao Governo Municipal, Estadual e Federal.
Fonte: Foto tirado pelo Santos Inácio Clemente antes do primeiro evento do Museu Magüta, no dia 14 de abril de 2019 (Foto do primeiro Museu Indígena do Brasil, Museu Magüta, localizado na Av. Castelo Branco, nº 396, Centro, Benjamin Constant/AM).
Notas
[1] Mestrando no Programa de Pós Graduação em Antropologia. Graduado em Bacharelado em Antropologia. Professor Contratado pelo Estado SEDUC. Contato: (97)991744800 – (92)984409016. E-mail: cleisalom90@hotmail.com
[2] Graduando em Administração no Instituto de Natureza e Cultura-INC / Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Contato: (97)991756034. E-mail: santos.inacio99@hotmail.com
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