biografia

Sepé Tiaraju

Autor(es): Geraldo Gustavo de Almeida
Biografado: Sepé Tiaraju
Morte: 1756
Povo indígena: Guarani
Estado: Rio Grande do Sul
Categorias:Biografia, Etnias, Guarani, Estado, Rio Grande do Sul
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Celebre cacique guarani (tape). Queria ver sua terra livre de qualquer estrangeiro. Não se conformando com a demarcação feita pelas Coroas Ibéricas – que implicava na remoção de seu povo para outro local – o bravo índio insurgiu-se contra todos. Num incursão que fez ao forte do Rio Pardo apossou-se de alguns cavalos dos portugueses, hostilizando-os. Derrotou o exercito luso-espanhol duas vezes, em 1753 e 1754. Comandava suas hostes guaranis, melhor do que os generais ibéricos dirigiam seus exércitos. Caindo numa cilada, entrou no quartel inimigo, sendo preso pelos portugueses, com mais trinta indígenas que o acompanhavam. Os lusos mandaram dizer aos outros índios que o trocariam pelos cavalos roubados. Seus amigos ficaram em duvida. Para abreviar a troca os captores enviaram o próprio Sepé, escoltado por doze cavaleiros, sem esporas e sem armas. Incitando o cavalo a rédeas soltas, o bravo índio conseguiu escapar. Houve tiros, mas nenhum acertou o veloz centauro. Começam então as lutas e as emboscadas, culminando em batalhas sangrentas, alimentadas pelo amor à liberdade, pelo horror à escravidão, e sobretudo, pela defesa do território. Milhares de soldados o enfrentaram de uma só vez, mas ele luta como um ser sobrenatural. Chega-lhe pelas costas um dragão português e enfia-lhe uma lança, profundamente. Sepé cai e com ele o cavalo. Caiu como um valente porém antes havia atingido também o lanceiro. Talvez tivesse escapado se não fosse o tiro desfechado por José Joaquim Viana, governador de Montevideu. Esta batalha ocorreu em Vacaraí, a 7 de fevereiro de 1756. Junto ao corpo do grande caudilho foram encontradas duas cartas, ambas em guarani: uma de um oficial da estancia de São Xavier, suplicando que Sepé não se deixasse enganar pelos portugueses, “esse povo que nos odeia”; a outra não tinha assinatura, mas encerrava proposito semelhante. A morte de Sepé Tiaraju representou uma irreparável perda para os guaranis, finalmente batidos três dias depois em Caiboté, pela indecisão e falta de malicia do seu sucessor. Seu verdadeiro nome era José Tiaraju. Com o nome de Sepé houve na história das missões mais dois outros chefes indígenas notáveis que o precederam.