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SÔNIA GUAJAJARA

Autor(es): LUANA DOS SANTOS ALCANTARA
Biografado: Sônia Bone de Sousa Silva Santos
Nascimento: 1974
Povo indígena: Guajajara
Estado: Maranhão
Categorias:Biografia, Etnias, Guajajara, Estado, Maranhão
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SÔNIA GUAJAJARA: A BIOGRAFIA DE UMA RESISTÊNCIA DO POVO INDÍGENA

Sônia Bone de Sousa Silva Santos, mais conhecida por seu nome indígena Sônia Guajajara, tem 50 anos e é uma liderança indígena extremamente conhecida no país, atualmente ocupando o cargo de Ministra dos Povos Indígenas no Brasil. Ela tem desempenhado uma defesa extremamente ativa dos direitos indígenas, lutando contra ameaças à demarcação de terras indígenas e lutando contra o desmatamento que afeta as comunidades indígenas no país. Não só isso, ela também tem participado de debates nacionais e internacionais para dar visibilidade às questões indígenas.

Essa ativista nasceu em Arariboia, uma comunidade indígena que fica localizada no município de Amarante do Maranhão, e segue sendo uma liderança indígena bastante respeitada em sua terra, promovendo a sustentabilidade. No âmbito acadêmico, Sônia Guajajara possui graduação em Letras e Enfermagem, e é especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão, tendo reconhecimento internacional na defesa dos povos originários, seus territórios e causas socioambientais, e sendo eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista TIME. Ela também atuou em várias organizações indígenas, como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e foi coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Sônia é do povo Guajajara que sempre habitou as terras do Maranhão. Seus pais eram analfabetos, porém, aos 10 anos de idade, Sônia saiu de sua terra para estudar na cidade de Imperatriz, onde se localiza a universidade de sua formação. Ela trabalhou em casas de família em troca de moradia, onde aos 15 anos, contrariou os seus pais indo morar em Minas Gerais para estudar o ensino médio com o suporte da FUNAI. Ela foi ganhando mais visibilidade devido ao fato de conquistar espaços com sua militância e ganhando projeções em órgãos internacionais, como no Conselho de Direitos Humanos da ONU. No ano de 2017, a cantora internacional Alicia Keys – que também é ativista pelas causas sociais – cedeu seu espaço no palco do Rock in Rio para que Sônia Guajajara discursasse pela demarcação de terras na Amazônia, onde foi ovacionada pelo público. Nesse mesmo ano, Sônia foi apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) como pré-candidata à presidência da república, partindo da ideia de que era necessária nesse momento uma pessoa indígena ocupando esse cargo e percorrendo caminhos anticapitalistas e ecossocialistas.

Ainda dentro da carreira política, em 2018, Sônia Guajajara foi lançada como pré- candidata a vice-presidência da república na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Nesse momento, ela se tornou a primeira pré-candidata de origem indígena à presidência da república. Já em 2022, ela foi confirmada como candidata ao cargo de deputada federal pelo estado de São Paulo, se tornando a primeira indígena eleita nessa posição pelo estado com 156.966 votos. Até aqui são notadas a coragem, sabedoria e esforço que a Guajajara possui, ao lutar por seu povo e ao desempenhar esse papel trazendo visibilidade internacional e nacional não só para o Brasil, mas para os problemas que os povos originários enfrentam até hoje.

A trajetória de vida dessa ativista pode influenciar não só os brasileiros nas questões de empoderamento e representação indígena, visto que sua presença e liderança destacam a importância de incluir mais vozes indígenas nos diálogos nacionais. Ela influencia bastante também na questão da defesa dos direitos humanos e ambientais que afetam não só as comunidades indígenas, mas toda a sociedade. Sônia Guajajara pode influenciar também a educação e conscientização sobre a história e a situação atual dos povos indígenas, além de incentivar a inclusão de conteúdo de forma educacional que promova o respeito e a compreensão das culturas originárias.

Outro ponto a ser destacado é a mobilização cívica que Guajajara ensina ao povo brasileira com sua luta. Através de sua liderança na APIB, ela pôde inspirar a participação cívica e também o ativismo, encorajando brasileiros a se envolverem em questões sociais e ambientais, promovendo uma sociedade justa e equitativa. Além do mais, Sônia desenvolve um diálogo intercultural imenso, devido ao fato de sempre procurar incentivar a compreensão mútua entre os demais grupos étnicos e culturais no país. Ela também dá ênfase a questão da sustentabilidade ao destacar as preocupações ambientais que estão relacionadas à exploração de terras indígenas. E não só isso, ela inspira práticas mais sustentáveis de proteção ao meio ambiente, conscientizando os brasileiros sobre o equilíbrio ambiental. É crucial que a influencia de Sônia Guajajara seja percebida como uma oportunidade para construir uma sociedade mais inclusiva, justa e consciente das questões sociais e ambientais que os povos indígenas passam.

Atualmente, Sônia Guajajara é chefe de estado do Ministério dos Povos Indígenas, nomeada pelo presidente eleito Lula, onde promove a defesa dos direitos indígenas, o diálogo, o desenvolvimento sustentável, educação e saúde indígena, preservação da cultura, combate ao racismo e a proteção ambiental. A história de vida e de luta dessa ativista pode ensinar e conscientizar as pessoas sobre como é importante dar voz e atenção a resistência dos povos indígenas, buscando sempre o direito a sua defesa, a conexão com o meio ambiente e sobretudo, a participação ativa na política como caminho para tornar o processo o mais visível possível.

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